domingo, 20 de fevereiro de 2011

PARTE FINAL

...continuação
E quando, por um descuido meu, senti-me fraquejar, os motores me falharam, um vagalhão nos pegou pela popa, jogando-nos de encontro àquilo que parecia ser um abismo.

De fato era. E tudo que eu pude ver antes de começar a afundar foi meu capitão saltando dentro de um dos botes que nos acompanhava naquele dia.

Mas como? Um capitão abandonando sua embarcação à própria sorte?E se não afundasse, ficaria eu à deriva? Estaria mesmo isto tudo acontecendo ou minha imaginação estava me pregando peças novamente como gostava de dizer meu capitão? Quantas perguntas sem respostas. E eu que pensava já saber todas as respostas, descobri que nada sabia.

Silêncio. Fui me deixando levar pelas águas enfurecidas e descobri que quanto mais afundava mais calmas estas se tornavam. Silêncio. Quanto tempo teria se passado? Não tinha como saber. Apenas sei que senti uma força vinda de não sei onde e era como se alguém me puxasse pela mão. E, vagarosamente, fui subindo e pensando: - Eu sabia que meu capitão não me abandonaria. Emergi com a certeza de que o veria ao meu lado.

Sentia uma alegria inexplicável. Olhei em todas as direções e ainda assim não o via. Sentia-me forte, confiante e me perguntava onde ele estaria, pois já não tinha mais tanta certeza de sua presença ao meu lado.

Aos poucos fui me dando conta de que a tempestade havia cessado e que eu não estava à deriva. Navegava novamente em águas tranqüilas. Cheguei aqui carregando em minha dor momentos bons e de pranto. De repente fui lançada às águas e forçada a nadar em águas tumultuosas. Foi quando percebi que havia aprendido a evitar as correntezas, a desviar dos bancos de areia e também das tempestades.

Quanto àquele capitão nunca mais o encontrei. Não guardo rancores tampouco amarguras. Encontrei meu Norte outra vez. Hoje tenho a certeza de que Meu Capitão está no comando. Não há mais nada a temer.

Teus são meus dias e Tuas as minhas noites.


Soli Deo gloria

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